A estrada ainda é longa. Mas já perdi as contas dos passos que dei. Alguns mais largos, outros mais curtos, mas sempre tentando não dar um passo maior que a perna.
Quando comecei essa estrada musical, achei que seria difícil... estava certo. Nada que não pudesse ficar ainda mais difícil. Quando descobri a música da minha alma, muitas portas se fecharam. "Esse tipo de música não toca aqui..." Em contrapartida, se abriram novos horizontes... comecei a voar feito um carcará e aprendi a ter paciência. O carcará, quando tudo parece perdido, é que ele encontra seu alimento. Foi o que fiz... transmutei-me em carcará. As minhas unhas longas de tocar a viola são as mesmas garras dessa ave. O meu cantar, que pode causar estranheza, é o mesmo canto do polyborus plancus.
E lá de cima, vejo melhor que caminhos seguir. E quando tentam me prender na gaiola do lugar comum, arrebento as grades de ferro e novamente me jogo nesse vôo de guerra, em defesa do Cerrado e das Tradições; das Matas e dos Rios.
"Sou guardião do Cerrado
Bicho forte, Carcará
Bicho forte, Carcará
Amarelo, sou Ipê
Vermelho, Lobo Guará"
Viva a Cultura Popular!
Viva o Cerrado!